domingo, 30 de janeiro de 2011

Agradecimentos

      Damos por encerrada nossas atividades nesse blog. Esperamos ter atendido às expectativas e ter tirado possíveis dúvidas. Obrigada leitores pela atenção!
Fiquem atentos no blog de Bioquimica e Biofisica da Unb (http://biobio-unb.blogspot.com/), todo semestre váríos alunos como nós criam blogs com assuntos bem diversificados e interessantes.

      Em vista de tantos aspectos observados, continua valendo o senso comum: beba com moderação.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Alcoolismo, Tratamentos

Os possíveis tratamentos para o alcoolismo são, basicamente, três:
- A chamada "Desintoxicação" : isso implica abstinência de álcool para eliminá-lo completamente do organismo. Leva cerca de quatro a sete dias. Pessoas que passam pela desintoxicação normalmente tomam medicações para prevenir delírios e outros sintomas da abstinência;
-Aconselhamento: sessões de aconselhamento e terapia individual ou em grupo podem auxiliar na recuperação do alcoólatra, identificando situações nas quais as pessoas podem ser tentadas a beber e encontrando meios de contornar esse desejo. Um dos mais reconhecidos programas de recuperação alcoólica é o Alcoólicos Anônimos (AA). Nesse programa de 12 passos, os alcoólatras em recuperação encontram-se regularmente para auxiliar uns aos outros durante o processo de recuperação.

Mas o que iteressa aqui mesmo é esse:
-Medicamentos : alguns remédios são administrados para prevenir recaídas. Alguns reduzem o desejo de beber, bloqueando as regiões do cérebro que sentem prazer quando o álcool é consumido; outros causam uma reação física grave ao álcool, que inclui náusea, vômitos e dores de cabeça.

Dentro desse subgrupo de tratamentos,o dos medicamentos, eu separei três exemplos:
Naltrexona
-É uma substância conhecida há vários anos; seu uso restringia-se ao bloqueio da atividade dos opióides. Recentemente verificou-se que a naltrexona possui um efeito bloqueador do prazer proporcionado pelo álcool, cortando o ciclo de reforço positivo que leva e mantém o alcoolismo, é um medicamento que reduz os efeitos compensadores da bebida, reduzindo a necessidade do álcool. O mecanismo de ação da naltrexona no alcoolismo não é compreendido; contudo, o envolvimento do sistema endógeno opióide é sugerido em resultados pré-clínicos. Naltrexona, um antagonista opióide receptor, liga-se competitivamente a tais receptores e pode bloquear os efeitos dos opióides endógenos. Os antagonistas dos opióides têm mostrado a redução de consumo de álcool pelos animais e a naltrexona tem Efeitos colaterais como dor de cabeça e vômito; e não deve ser usado em pessoas com insuficiência do fígado (situação comum nos pacientes alcoólatras de longa data). Apesar de nunca ter se detectado má formações no feto devido a esta medicação é recomendável não usá-la durante o primeiro trimestre da gestação, exceto se o clínico recomendar o uso.

Acamprosato
Além de inibir os efeitos agudos da abstinência, o acamprosato inibe o desejo pelo álcool. Seu mecanismo de ação baseia-se em sua capacidade de estimular a neurotransmissão GABAÉRGICA , que inibe o efeito de certos neurotransmissores excitatórios responsáveis pelos sintomas de abstinência do álcool. O acamprosato tem poucos efeitos colaterais: os principais indicados foram confusão mental leve, dificuldade de concentração, alterações das sensações nos membros inferiores, dores musculares, vertigens. Contra-indicações : O uso do produto está contra-indicado para: mulheres durante a gestação e lactação; pessoas com insuficiência renal ou hepática graves; pessoas com reconhecida hipersensibilidade ao princípio ativo do produto ou a qualquer um dos excipientes.
[O Sistema GABAérgico é um sistema inibitório por excelência do Sistema Nervoso Central, formado por neurônios que contém ácido gammaminobutírico (GABA). Os neurônios GABAérgicos se encontram distribuídos por todo o SNC]
Ondansetrona
Por enquanto há poucos estudos da eficácia da Ondansetrona no alcoolismo, o que se obteve, por enquanto, é uma maior eficácia no tratamento do alcoolismo nas fases iniciais. T tem um efeito específico como antagonista do receptor serotoninégico 5-HT3. Esta medicação vem sendo usada e aprovada como inibidor de vômitos, principalmente nos pacientes que fazem uso de medicações que provocam fortes enjôos como alguns quimioterápicos. Contra-indicações: Hipersensibilidade conhecida ao princípio ativo. Nas doses indicadas o produto não apresenta efeitos colaterais. Ocasionalmente, podem aparecer dores de cabeça e obstipação leve.

Bibliografia:


quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Pancreatite Alcoólica

Essa doença é caracterizada pela inflamação do pâncreas.  Esse órgão tem várias funções como produção da insulina e produção do suco pancreático.  A pancreatite pode ser aguda ou crônica.  Na aguda um cálculo (pedra) obstrui o fluxo para o intestino. Na crônica ocorre a inflamação devido ao consumo excessivo de álcool. Esse último caso será tratado aqui nesse post.

O pâncreas tem duas funções: a exócrina que é produzir enzimas que auxiliem na digestão de gorduras e proteínas e a endócrina responsável pela produção de hormônios, principalmente a insulina, responsável pelo controle do metabolismo de glicose.
O alcoolismo pode gerar a pancreatite crônica. A alta ingestão de álcool por tempo prolongado gera uma alteração no parênquima pancreático, ele é substituído por tecido fibroso, endurecido e o órgão é atrofiado (reduz de tamanho). O ducto pancreático principal que mede menos de meio centímetro de diâmetro fica muito dilatado por causa do depósito de cálculos formados principalmente por cálcio em seu interior.
Dor abdominal é o principal sintoma na pancreatite crônica. É uma dor tão forte que para controlá-la os doentes lançam mão de analgésicos potentes e até do uso de drogas ilícitas.

O diagnóstico é difícil e requer a combinação de uma série de exames laboratoriais, radiológicos e endoscópicos, cuja sensibilidade e a especificidade variam amplamente de acordo com o estágio clínico em que se encontra a doença.
O tratamento se baseia no controle da dor e repouso do pâncreas, evitando alimentos gordurosos.   Ocorre também diarréia com eliminação de gordura nas fezes. Isso ocorre porque o suco pancreático não é mais produzido, logo há uma má absorção e degradação de certos nutrientes. Pacientes com diarréia que apresentam insuficiência exócrina recebem por via oral as enzimas pancreáticas (amilase, lipase, etc.) que já não produzem.
A alteração da função endócrina pode levar à diabetes. Nesse caso é importante fazer o controle do metabolismo da glicose com dieta e dependendo do caso com hipoglicemiantes por via oral ou insulina.
Deve-se atentar à suplementação de vitaminas (especialmente as lipossolúveis) e de minerais, especialmente cálcio, magnésio e zinco
Quando a doença chega nesse estágio o problema torna-se irreversível. Se a pessoa continuar bebendo o quadro só irá se agravar. Por isso, quem já teve ou tem pancreatite alcoólica não pode beber nunca mais.


·         Bibliografia

Postado por: Ruanda Pereira Maia

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Hepatite alcoólica (HA)


  A hepatite alcoólica  é uma lesão grave onde o fígado foi bastante danificado conseqüente ao consumo  excessivo de etanol e causada também por danos ao hepatócito, ocorrendo formação de radicais livres durante o processo metabólico do ácool, produzindo estresse oxidativo ou peroxidação dos lipídeos. Aumento nos níveis de endotoxina causado pelo aumento da permeabilidade intestinal, por deficiência nutricional. Uma modificação no metabolismo oxidativo, ou ao estado catabólico relacionado com o metabolismo do etanol.


  Esta é a fase intermediária da doença hepática alcoólica e considerada lesão pré-cirrótica. O fígado se encontra  inflamado causando a morte de múltiplas células hepáticas.  Atualmente se admite a possibilidade de evolução para cirrose sem passar obrigatoriamente pelo estágio de hepatite alcoólica.
  Diferente da esteatose, a hepatite alcoólica após curada, deixa cicatrizes permanentes no fígado chamadas – fibroses, com o tratamento adequado a hepatite alcoólica melhora, porém as cicatrizes permanecem para sempre.
  A HA pode oferecer risco de vida e requer hospitalização rápida, pois o índice de mortalidade causada por esta doença é relativamente alto. Ela é caracterizada por fraqueza, febre, perda de peso, náusea, vômitos e dor sobre a área do fígado  e nas formas intensas ocorre sangramento de varies esôfago-gástricas, abdome volumoso, encefalopatia hepática. A confirmação da existência de HÁ deve basear-se em dados histológicos de material obtido por biópisa hepática que, entretanto não são patognômonicas, sendo necessário o diagnóstico diferencial com a esteato-hepatite não alcoólica.
   O principal tratamento para a doença é a abstinência do álcool, assim algumas vezes o fígado apresenta uma pequena recuperação, suficiente para manter suas funções vitais permitindo ter uma vida normal. Em pacientes com hepatite alcoólica severa nos quais há certeza no diagnóstico a melhor maneira de tratamento são os corticóides. Geralmente recomendam : S-adenosil-L-metionina, pentoxifilinam, entre outros medicamentos, porém esse método ainda não foi avaliado em pacientes que tenha associado à doença pancreatite, hemorragia gastrointestinal, insuficiência renal e infecções.
   Pode-se usar outras formas de tratamento como: repouso de forma intensa, tratamento sintomático das náuseas, vômitos e dores abdominais, correção dos distúrbios hidroeletroliticos e metabólicos, correção da desnutrição protéica-calórica e das deficiências vitamínicas e de ácido fólico, cuidados relativos a infecções e hemorragias gastrointestinais, entre outras medidas.

Bibliografia:
Postado por: Jessyca Dias Souza

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Esteatose Hepática


A esteatose é uma alteração metabólica  decorrente do acúmulo de lipídeos em células ou tecidos onde normalmente não ocorre, geralmente em consequência de distúrbios metabólicos. Os lipídeos são quase sempre triglicérides. O  fígado é mais frequentemente atingido por esta disfunção, já que é um órgão central no metabolismo de gorduras. Ela pode ser causada por uma serie de fatores, mas o que veremos aqui é o desencadeado pelo alcoolismo.
        A esteatose hepática (EH) ocorre em 90-100% dos indivíduos que consumem grandes quantidades de álcool, ainda que por um período curto de tempo., essa evolução da doença causa a chamada esteatose hepática alcoólica.
Ø Mecanismo básico da Esteatose
O hepatócito normalmente sintetiza lipídeos e os exporta para o tecido de armazenamento, que é o tecido adiposo.  Em condições normais de boa alimentação e metabolismo não há acúmulo de triglicérides no hepatócito. A esteatose pode decorrer  de duas alterações básicas e não mutuamente exclusivas: 
è Excesso de ácidos graxos fornecidos através da dietaà A quantidade de ácidos graxos que aportam ao fígado é muito maior que a capacidade de metabolização pelos hepatócitos, ou de síntese de VLDL. Em consequência, há esterificação e acúmulo no citoplasma dos hepatócitos na forma de triglicérides (esteatose).


è Deficiência na produção de lipoproteínasà principalmente o VLDL que é responsável pelo transporte dos ácidos graxos do fígado para outros tecidos.



Ø Alcoolismo e a Esteatose

A esteatose hepática é a primeira lesão a ocorrer após a ingestão alcoólica e pode aparecer precocemente no fígado após o consumo de grandes quantidades de álcool.
O álcool é metabolizado no fígado pela enzima álcool desidrogenase a acetaldeído. Este sofre a ação da enzima acetaldeído desidrogenase, produzindo acetil CoA. Nas duas reações, há liberação de elétrons e íons H+ que são captados (aceitos) por NAD+, formando NADH + H+. Como há muito álcool para ser metabolizado, há produção de NADH em excesso, com consumo de NAD+. Fica faltando NAD+ para aceitar elétrons no ciclo de Krebs. Com isto, o ciclo de Krebs como um todo é inibido, levando a acúmulo de acetil CoA (que é quebrado no ciclo de Krebs para dar CO2 e água). O excesso de acetil CoA (que é matéria prima para a síntese de lipídeos) é desviado para síntese de ácidos graxos, causando esteatose.
O paciente que apresenta um quadro de esteatose hepática alcoólica é praticamente assintomático. Alguns pacientes queixam-se apenas de uma dor em peso ou cansada de baixo da última costela direita e o fígado torna-se grande e palpável em alguns pacientes. Observa-se na ultrassonografia uma infiltração de gordura no fígado.
            Cerca de 15% dos pacientes desenvolvem icterícia.
 Hepatomegalia está presente em 70%. Evidências de hipertensão portal são raras.
            A esteatose é habitualmente um processo reversível. A remoção dos fatores causais leva à mobilização da gordura acumulada e restauração do aspecto normal. Porém, a persistência prolongada da esteatose, associada a outras agressões, p. ex. alcoolismo, pode levar a uma destruição progressiva dos hepatócitos, com fibrose difusa do parênquima e perda da arquitetura funcional do fígado, chamada cirrose hepática.
            Por isso, bom mesmo é maneirar na bebida SEMPRE, pois, apesar de, na dosagem certa, poder trazer benefícios, seu consumo constante pode acarretar problemas graves, e nem sempre reversíveis como a esteatose hepática alcoólica.
Postado por: Bárbara Ferreira dos Santos
Bibliografia

http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/8444

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Cirrose Hepática Alcoólica

Partindo-se do principio que o alcoolismo traz várias conseqüências a curto e longo prazo, e as de curto prazo como sonolência e vômitos já foram explicadas, hoje abordaremos mais uma das conseqüências trazidas em longo prazo: a cirrose hepática alcoólica.

No Brasil, a causa mais freqüente da cirrose hepática é o uso abusivo do álcool. A cirrose alcoólica aparece após lesões necróticas focais das células do fígado (hepatócitos), inflamação, acúmulo de proteínas celulares, fibrose e regeneração micronodular. Na fase inicial da lesão hepática, quando ocorre esteatose hepática (depósito de gordura nas células hepáticas), o fígado aumenta de tamanho, com aumento da sensibilidade do lado superior direito do abdômen e desconforto epigástrico.

A hepatite alcoólica tanto pode instalar-se em fígado não cirrótico como pode estar superposta em pacientes com arquitetura hepática alterada pela formação de nódulos de regeneração envoltos em fibrose. O quadro clínico de hepatite alcoólica pode ser leve ou intenso, independentemente do substrato anatômico inicial, sendo relatados altos índices de mortalidade.

Como se explica a lesão hepática pelo álcool?
O metabolismo do etanol acetaldeído aumenta o consumo de oxigênio dos lóbulos hepáticos, os produtos dos hepatócitos são fagocitados pelas células macrofágicas do fígado. O macrófago amplifica a resposta inflamatória, secretando lipídeos bioativos e glicoproteínas com propriedades quimiotáticas e imunorreguladoras. O processo estimula o recrutamento dos neutrófilos através de várias vias. Em uma delas ocorreria liberação de peptídeos com capacidade de estimular a adesão e migração dos leucócitos. Além disso, ocorre a ativação da via alternativa do complemento gerando C5a, que também é potente fator quimiotático, facilita a migração dos neutrófilos. Após o recrutamento dos neutrófilos da corrente sangüínea para a região lesada se dá então o acoplamento delas ao endotélio capilar. Este processo é mediado por moléculas determinantes de aderência, também chamadas de moléculas de adesão. Como resultante desta interação reversível, os neutrófilos se acumulam na superfície das células endoteliais através da ação de várias substâncias mediadoras como o fator de ativação plaquetária (PAF), óxido nítrico (NO) e fator de necrose tumoral. Finalmente, os neutrófilos migram através da parede dos capilares para o local da infecção. A formação de complexos acetaldeídos-proteínas, que atuam como neo-antígenos, geram linfócitos sensibilizados e anticorpos específicos que atacam outros hepatócitos sadios e transportam esses antígenos. Outra explicação é a gerações de radicais livres por vias alternativas do metabolismo do etanol, constituindo o denominado sistema de oxidação enzimático mitocondrial.
Estima-se que 40% dos pacientes com cirrose são assintomáticos. A cirrose contabiliza cerca de 26 mil mortes por ano nos EUA. Esses dados reforçam a necessidade de um diagnóstico precoce.
Hábitos pessoais e exposições:
Em homens, estima-se que o consumo de 60-80 gramas de álcool por dia por 10 anos estabelece risco para o desenvolvimento de cirrose (em mulheres, 40-60 g).
Antecedentes pessoais:
Episódios prévios de pancreatite ou hepatite alcoólicas indicam consumo suficiente de álcool para desenvolver cirrose alcoólica.
SINAIS E SINTOMAS
·         Fadiga, anorexia, fraqueza, adinamia, caquexia;
·         Contraturas de Dupuytren, atrofia dos músculos proximais e neuropatia periférica;
·         Teleangiectasias cutâneas (microveias visíveis na pele), eritema palmar, baqueteamento de dedos, hipogonadismo e ginecomastia.

No alcoólatra freqüentemente são encontradas evidências de desnutrição e deficiência vitamínica. Esse fato se deve a má-absorção de nutrientes por diminuição do fluxo de bile e do edema intestinal, com conseqüente redução do estoque hepático de vitaminas hidrossolúveis e micronutrientes. A redução do metabolismo hepático leva a uma alteração dos hormônios que mantêm a homeostase metabólica (insulina, glucagon e hormônios tireoideanos), dos hormônios sexuais (acúmulo de androstenediona, podendo ocorrer ginecomastia e atrofia testicular), e dos elementos da coagulação sangüínea.
Uma avaliação do estado nutricional em pacientes com cirrose hepática atendeu trezentos pacientes consecutivamente pela primeira vez em ambulatório. Os mesmos foram submetidos à avaliação nutricional que constou de antropometria: dobra cutânea do tríceps, circunferência do braço e circunferência muscular do braço, e bioquímica: índice creatinina/altura, albumina sérica e contagem total de linfócitos. O diagnóstico do estado nutricional foi baseado pelo escore de desnutrição calórica e protéica proposto por Mendenhall e colaboradores e a ingestão alimentar por recordatório de 24 h.
Setenta e um porcento dos pacientes cirróticos estudados foram de causa alcoólica e 29% não-alcoólica. Independentemente da causa, a prevalência de desnutrição calórica e protéica foi de 75,3%, sendo que 38.3% deles já a apresentavam moderada e grave. Os pacientes com desnutrição calórica e protéica moderada e grave apresentavam pior ingestão de proteína e energia. Em função das variáveis sexo e causa, as reservas de gordura, avaliadas pela dobra cutânea do tríceps, estiveram mais depletadas em mulheres cirróticas que nos homens cirróticos (48,6% x 26,6%). Já as reservas musculares, avaliadas por circunferência muscular do braço, estiveram mais depletadas em homens cirróticos (43,4% x 13,4%), independentemente da causa da cirrose. Em contraste, mulheres cirróticas alcoólicas apresentaram maior redução de circunferência muscular do braço que nas mulheres não-alcoólicas (20% x 9,1%) 
Os pacientes cirróticos já apresentavam elevada prevalência de desnutrição calórica e protéica na primeira consulta em ambulatório, principalmente nos pacientes com piora da função hepática. A variável sexo é outro aspecto que deve ser enfocado, pois influenciou aspectos antropométricos (circunferência muscular do braço e dobra cutânea do tríceps) nesses pacientes.
O tratamento da cirrose alcoólica envolve o manuseio de suas complicações e a inibição da compulsão pelo álcool, com suporte de medicamentoso e de psicoterapia. A esses tratamento é importante uma suplementação dietética composta por baixo teor de gordura insaturada e maior ingestão proteíno-calórica. Outras medidas, como transplante hepático, devem ser estudadas caso a caso.

Bibliografia:

Postado por: Maria Luiza Alves Naves

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Anorexia Alcoólica

       A partir deste post daremos destaque às doenças causadas pelo consumo inadequado de álcool.
       A ingestão de álcool exagerada traz muitas consequências como perda de apetite, hepatite alcoólica, carência de absorção das vitaminas do complexo B, diabetes secundária pela interrupção da produção de insulina, esofagite, gastrite hemorrágica e inibição da absorção de outras vitaminas.

      
ANOREXIA ALCOÓLICA

        Também conhecida como drunkorexia, a anorexia alcoólica é uma doença caracterizada pela associação de distúrbios alimentares com o alcoolismo. Essa doença é uma deficiência metabólica que o álcool causa. Um indivíduo com alta ingestão de álcool deixa de comer devido à perda de apetite. Com isso a aparelho digestivo é altamente prejudicado, havendo menor absorção de nutrientes.

         Nas últimas décadas, a busca pelo corpo “perfeito” e magro tem crescido bastante juntamente com o consumo abusivo de álcool. Pessoas com problemas emocionais de baixa autoestima procuram meios alternativos para alcançar esse “ideal”, além disso, o álcool anestesia emoções ruins. E assim, a anorexia e a bulimia tornam-se patologias comuns. As mulheres são as mais afetadas, pois são mais sensíveis ao álcool e geralmente, mais preocupadas com as cobranças sociais.


       Geralmente, pessoas com a anorexia alcoólica exageram na comida e ingerem álcool para estimular o vômito ou comem quase nada pra compensar o valor calórico do álcool. Por estarem de barriga vazia os efeitos do álcool surgem rapidamente dando a sensação de bem-estar.

       Um fator que dificulta seu tratamento é que essa troca (bebida pela comida) funciona como uma dieta forçada, então quando a pessoa para de beber seu peso volta.

 * SINTOMAS
-falta de apetite
-emagrecimento
-agressividade
-mudanças de comportamento em geral
-vômitos
-diarreia
-tremores
-formigamentos nos dedos das mãos e dos pés
-anemia
-pancreatite

* PREVENÇÃO
-Consumo moderado de álcool

*TRATAMENTO
-abstinência
-apoio psicológico






*Bibliografia


Postado por: Ruanda Pereira Maia

domingo, 16 de janeiro de 2011

Cocaína + Álcool

Esse blog não vai com a minha cara.Eu consegui colocar as imagens do me último post, mas agora não consigo carregar as desse.Até o dia que o meu computador pagar o pato...  

A cocaína deriva da folha do arbusto da coca (Erythroxylon Coca), do qual existem variedades como a boliviana (huanaco), a colombiana (novagranatense) ou a peruana (trujilense). A planta possui 0,5% a 1% de cocaína e pode ser produtiva por períodos de 30 ou 40 anos, com cerca de 4 a 5 colheitas por ano.
      É uma das drogas ilegais mais consumidas no mundo.A cocaína é um psicotrópico, pois age no Sistema Nervoso Central, isto é, sua atuação é no cérebro e na medula espinhal, exatamente nos órgãos que comandam os pensamentos e as ações das pessoas.O mecanismo de ação da cocaína no Sistema Nervoso Central é aumentar a liberação e prolongar o tempo de atuação dos neurotransmissores dopamina, noradrenalina e serotonina, os quais são atuantes no cérebro.  
Efeitos da Cocaína
Efeitos a curto prazo
  • Perda de apetite
  • Aumento do batimento cardíaco, pressão sanguínea, temperatura corporal
  • Contração dos vasos sanguíneos periféricos
  • Aumento da velocidade respiratória
  • Pupilas dilatadas
  • Padrões de sono perturbados
  • Náusea
  • Hiperestimulação
  • Comportamento bizarro, instável, por vezes violento
  • Alucinações, hiperexcitabilidade, irritabilidade
  • Alucinações tácteis que criam a ilusão de insetos a rastejar por baixo da pele
  • Euforia intensa
  • Ansiedade e paranoia
  • Depressão
  • Ânsia intensa pela droga
  • Pânico e psicose
  • Doses excessivas (mesmo que seja apenas uma vez) podem causar convulsões, derrames vasculares cerebrais e morte repentina.

Efeitos a longo prazo
  • Danos irreversíveis nos vasos sanguíneos coronários e cerebrais
  • Tensão arterial elevada que causa ataques cardíacos, derrames vasculares cerebrais e morte
  • Danos no fígado, rins e pulmões
  • Destruição dos tecidos nasais se inalada
  • Falhas respiratórias se fumada
  • Doenças infecciosas e abcessos se injectada
  • Má–nutrição, perda de peso
  • Decadência dentária severa
  • Alucinações auditivas e tácteis
  • Disfunções sexuais, danos reprodutivos e infertilidade (tanto no homem como na mulher)
  • Desorientação, apatia, confusão e exaustão
  • Irritabilidade e perturbações de humor
  • Aumento da frequência do comportamento de risco
  • Delírio ou psicose
  • Depressão severa
  • Tolerância e dependência (mesmo quando consumida apenas uma vez)
Metabolismo normal da cocaína
   A cocaína é metabolizada por três vias: hidrólise pela colinesterase plasmática e, em menor extensão, pela colinesterase hepática, levando à formação de um metabólito inativo, o éster de metilecgonina, cuja excreção ocorre em torno de 32% a 49% na urina; benzoilecgonina, formada por hidrólise espontânea (não-enzimática) ou pela ação da enzima carboxiesterase hepática ou plasmática, esse metabólito é o mais ativo da cocaína e é excretado na urina em torno de 29% a 45%; e norcocaína, metabólito ativo da cocaína formado por um processo de N-desmetilação, responsável por menos de 5% dos metabólitos totais da cocaína.
Metabolismo da cocaína na presença do etanol
A administração simultânea de cocaína e álcool apresenta alta toxicidade para o homem devido à formação de cocaetileno. O usuário de drogas utiliza essas associações para aumentar o quadro eufórico e diminuir o quadro psicomotor causado pelo álcool. Entretanto, o cocaetileno parece potencializar os efeitos da cocaína, principalmente nos sistemas cardiovascular e nervoso central (SNC).
A combinação do uso de cocaína e álcool aumenta os níveis plasmáticos de cocaína e norcocaína, reduz as concentrações de benzoilecgonina e induz a síntese de cocaetileno. O cocaetileno é o único metabólito da cocaína formado na presença do etanol. A transformação metabólica de cocaína para benzoilecgonina é mediada em parte por uma carboxiltransferase hepática, que, na presença do etanol, converte cocaína em cocaetileno. Cocaetileno tem alta taxa de distribuição no cérebro/sangue, seguido por cocaína, norcocaína e benzoilecgonina . Sua meia-vida plasmática é 3 a 5 vezes maior que a da cocaína, que é em média de 50 minutos. Cocaetileno pode ser estocado nos tecidos do corpo e sua lenta remoção faz dele um atrativo para o abuso. ). O mecanismo de ação do cocaetileno não está totalmente definido, mas parece agir sinergisticamente com a cocaína no bloqueio da recaptação de monoaminas, como dopamina, noradrenalina e, em menor extensão, serotonina. Assim, podemos concluir que essa associação produz uma taxa de maior letalidade, quando comparado ao uso isolado dessas drogas.

Bibliografia:



Postado por: Mariana Ribeiro de Freitas