quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O metabolismo do ácool em indivíduos com alcoolismo

    O ácool para muitas pessoas parece uma substância inofenciva,  porém isso depende da quantidade que o indivíduo ingere. Em pequenas doses é considerado um eficiente estimulador para o tecido nervoso,  e em grandes doses é um sedativo, sendo assim uma droga que cria dependência, porém em uma minoria, em indivíduos mais suscetíveis ao álcool.

    Como vimos no post sobre os dois momentos do ácool, os alcoólatras começam a beber para sentir o mesmo efeito eufórico, estimulante, desinibido que ele oferece.  Algumas vezes para fugir de alguma frustração pela qual está passando, de problemas familiares e até em ambiente de trabalho. Enfim, existem vários motivos que leva uma pessoa a beber para esquecer seus problemas, porém o ácool deixa de ser um refúgio e passa a se refugiar na pessoa, quando ela bebe excessivamente e prolongadamente tornando-se  um vício de ingestão, e o indivíduo acaba adquirindo assim o alcoolismo.

O alcóolatra então usa a bebida para solucionar seus problemas emocionais, porém não imagina que vai aumentar, causada por reações fisiológicas anormais, tendo assim algo errado por  dentro que reflete em muitos problemas por fora,resultando em problemas sociais e pessoais. O  indivíduo pode ser até discriminado e tornar um “encosto”para seus familiares, perdendo até o emprego e recusando a parar com o vício. E só pode ser tratado quando a pessoa assume que precisa de ajuda, pois sozinho a pessoa não  consegue se livrar de seu vício.



Assim além de todos os transtornos sociais que essa droga causa, também causa toda uma reação irregular e infeliz no organismo, provocando um metabolismo anormal, que atinge o funcionamento de enzimas, hôrmonios, genes e químicas encefálicas. 
Veremos aqui como ocorre o metabolismo do etílico em pessoas que caem na ilusão do ácool, assim adquirindo o alcoolismo. Esse metabolismo se torna anormal, ao invés do ácool ser metabolizado pelas vias normais.
     O metabolismo anormal:

Segundo Charles Lieber, o maior vilão do alcoolismo é o acúmulo do acetaldeído, o inetermediário do metabolismo do ácool, causando o mau funcionamento das enzimas do fígado. E com essa descoberta Marc Schuckit, confirmou em seus estudos que o segundo passo do metabolismo do ácool que é a transformação de acetaldeído em acetato, se torna mais lento que o “normal”, causando a alta concentração do acetaldeído.
Tanto Leiber quanto Schuckit descobriram que essa deficiência de decomposição de acetaldeído em acetato ocorre nas mitocôndrias do fígado, e nos ácoolatras são anormais e incapazes de realizar essa transformação eficientemente. E esta baixa capacidade das mitocôndrias é causada no estágio inicial do alcoolismo, antes que o ácoolatra passe a beber continuamente. E ainda foi revelado que filhos de pais alcoólatras já nascem com essa anormalidade metabólica, sendo assim hereditário.
Sendo assim qualquer quantidade de acetaldeído é perigoso para o alcoólatra, irritando as células e capaz de alterar outras atividades celulares no fígado, tornando mais difícil se livrar do acetaldeído. Pode reagir explosivamente quando combinado com outra substância química
Estes efeitos que ocorre com acúmulo do acetaldeído não se restringe ao fígado, podendo interferir na síntese de proteínas do músculo cardíaco, lesionando o caração. No encéfalo ele disputa a atenção das enzimas com as aminas encefálica (neurotransmissores), e casualmente ganham a disputa inibindo a atividade das aminas. É essa intervenção que leva a dependência alcoólica. As aminas que se acumulam acabam reagindo com os acetaldeídos transformando este composto em isoquinolinas, ajudando na ocorrência da depêndencia.
O alcoolismo tem muitos efeitos como foi mostrado, emocional, fisicamente, psicologicamente, é um caso muito delicado onde a pessoa tem que buscar ajuda profissional. Tem também muitas polêmicas sobre esse assunto, gerando vários mitos.

Alguns mitos:
"MITO: O álcool tem o mesmo efeito químico e fisiológico sobre todo que bebe.
Realidade: O álcool, assim como qualquer outro alimento que ingerimos, afeta pessoas diferentes de maneiras diversas.

MITO: O ácool é nociso e venenoso para o alcoólatra.
Realidade: O álcool é um agente normalizador e o melhor remédio para a dor que cria, dando ao alcoólatra energia, estimulação e alívio da dor da abstinência. É nocivo e venenoso em seus efeitos posteriores, que são mais evidentes quando o alcoólatra para de beber.

MITO: A dependência do álcool muitas vezes é psicológica.
Realidade: A dependência do álcool é principalmente fisiológica. Os alcoólatras se tornam dependentes porque seus corpos são fisicamente incapazes de processá-lo normalmente.

MITO: Quando o alcoólatra está bebendo, revela sua verdadeira personalidade.
Realidade: O efeito do álcool no encéfalo causa sérias distorções psicológicas e emocionais da personalidade normal. A sobriedade revela a verdadeira personalidade do alcoólatra.
MITO: Um alcoólatra precisa querer ajuda para poder ser ajudado.
Realidade: A maioria dos alcoólatras não deseja auxílio. São pessoas doentes, incapazes de pensar racionalmente e de abandonar o ácool por si próprio.

MITO: Alguns alcoólatras podem aprender a beber normalmente e continuar a beber sem maus efeitos, desde que limitem a quantidade.
Realidade: Os alcoólatras jamais podem voltar a beber com segurança, porque a bebida em qualquer quantidade, mais cedo ou mais tarde, reativará sua dependência."






Bibliografia:
MILAM, James R. KETCHAM, Katherine. Alcoolismo: Os mitos e a realidade. Tradução Auriphebo Berrance Simões- São Paulo: Nobel, 1986. 

Postado por: Jessyca Dias Souza

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